Para quem gosta de caminhos criativos

Organizações Criativas

20-05-2010 13:09

A capacidade de uma organização inovar, desenvolver e sustentar a criatividade dos seus colaboradores é um factor - chave para a sua força e sobrevivência.

A criatividade embora presente na maioria das pessoas necessita ser estimulada, motivada e induzida. Caberá às organizações a responsabilidade de a treinar e exercitar. No entanto, por um lado, nem todas as organizações desempenham igualmente bem esse papel e, por outro, nem todas se encontram dispostas a aceitar as consequências de ter mais criativos na sua organização, na medida em que se associa frequentemente indivíduos mais criativos a posturas não - conformes às regras e a comportamentos de irreverência face à autoridade e aos procedimentos instituídos.

As empresas privadas, porque muito sujeitas às leis da concorrência, despertaram mais cedo para a necessidade da criatividade como ponto de partida para o seu progresso.

As organizações ditas mais incentivadoras da criatividade tendem a ser mais pequenas, com menos níveis hierárquicos, menos burocráticas e a incluir na sua estratégia global objectivos de inovação e criatividade. As razões prendem-se com maiores flexibilidade, rapidez de resposta ao mercado, grau de envolvimento dos fundadores, proximidade das bases ao topo permitindo o livre fluxo de ideias, e tolerância face aos erros e aos avanços e recuos do desenvolvimento das inovações por parte dessas organizações.

As organizações de grandes dimensões que pretendam aumentar a criatividade dos seus colaboradores e a sua capacidade inovadora, necessitam de desenvolver:

  • Uma Estratégia de apelo à criatividade e inovação;
  • Um Estilo de Liderança baseado: no envolvimento e compreensão por parte da gestão na inovação; numa atitude de "impaciência propositada" no sentido de as hierarquias não aceitarem fácilmente as justificações de inércia tradicionais; no encorajamento da participação nos processo de tomada de decisão, tomada de iniciativas e autonomia; na prática de uma gestão permissiva, não - coerciva e não - avaliativa;
  • Uma Cultura Organizacional baseada no inconformismo, coragem para inovar, desejo de mudança;
  • Um Ambiente de Trabalho tolerante face a atitudes ou a personalidades divergentes, que facilite o acesso aos recursos apropriados favoráveis ao desenvolvimento de novos projectos no que respeita a meios, informação, fundos e contactos, que forneça as respostas e recompensas adequadas ao trabalho criativo, nomeadamente publicidade, divulgação das ideias e recompensas pecuniárias e que dê aos criativos alguma liberdade e controlo sobre o próprio trabalho e ideias.


O pressuposto de que ambientes muito burocratizados são inibidores da criatividade, baseia-se num outro pressuposto – o de que os criativos são normalmente pessoas anti - conformistas, lúdicas e independentes. No entanto, esta relação de causa - efeito não encontra sustentação empírica, na medida em que foi possível provar que em ambientes muitos informais a produção criativa decrescia.

São frequentes as referências à dificuldade que certos criativos têm em trabalhar integrados em organizações, quaisquer que sejam os seus constrangimentos. No entanto, importa salientar que o desejo de autonomia não é necessariamente sinónimo de criatividade. Por vezes, certos indivíduos muito criativos desejam trabalhar inseridos em organizações na medida em que essa situação lhes dá uma maior segurança. Noutros casos encaram como um estímulo positivo constrangimentos como a definição de prazos – limite para a conclusão dos trabalhos.

Definir o ambiente de trabalho mais propício ao desenvolvimento da criatividade implica encontrar o justo equilíbrio entre respeito pelas especificidades dos criativos e os objectivos da Organização.
      

O artigo de Pilar Mosquera pode ser visto aqui
 

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