Para quem gosta de caminhos criativos

"A Qualidade (da) Criatividade"

18-04-2010 18:00


Qualidade é uma palavra extremamente usada em todo os discursos político e empresarial e em muitos discursos da Educação. Corre, por isso, o risco de perder o seu amplo significado. Filósofos, desde o tempo de Platão e Arisóteles, interessaram-se pelo debate acerca da definição de qualidade ou de excelência e perceberam o quão difícil é chegar a uma noção objectiva e universal. "A complexidade e ambivalência do conceito de qualidade revela-se na sua convivência com os termos de eficácia e de excelência; sinónimos, por vezes, traduzindo uma certa gradação entre eles" (Sanches, 1997). Situado numa encruzilhada de perspectivas, torna-se "bastante difícil definir tal conceito. Para alguns representa algo de utópico; finalidade desejável, sim, mas inatingível. Para outros não é possível nem necessário defini-la. Quando existe, ela é visível, imprime marca original" (Sanches, 1997), detecta-se, prova-se, sabemos o que ela é.

Outra palavra muito usada nos dias de hoje é criatividade. Esta temática ganha hoje especial interesse por diversas razões. A sociedade actual exige de todos um constante papel de auto-aperfeiçoamento e de resolução criativa de problemas. Vive-se, nos tempos presentes, "a sociedade da criação" (Portnoff, 1992). Os conhecimentos renovam-se rapidamente, em consequência dos progressos científicos e tecnológicos. Já não basta trabalhar bem, é preciso fazê-lo cada vez melhor. Há que desenvolver (as) capacidades que ajudem os indivíduos a mais facilmente se adaptarem a novas circunstâncias e situações. Há que apelar à nossa inteligência, mas também à nossa criatividade. "Já só é possível funcionar com eficácia se a acção for baseada em todas as potencialidades das pessoas. Desenvolver o nosso potencial criativo é mesmo urgente" (Portnoff, 1992).

Interessa-nos, pois, equacionar o papel que a criatividade desempenha ou pode desempenhar no espaço do sucesso ou do insucesso dos nossos alunos e na qualidade do nosso sistema de ensino. Interessa-nos, ainda, discutir se a escola, como expressão do sistema social, estiola ou favorece a aptidão da criatividade.
 

 O artigo de Vitor Manuel Tavares Martins pode ser lido aqui
 

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